Timbu deita e rola com o sucesso do time e os tropeços dos rivais na série B
Na fauna pernambucana, só o Timbu sorri. Também, pudera: após o aperitivo do título estadual, a bela campanha na série B, incluindo sequência de sete vitórias consecutivas, faz o Náutico manter várias rodadas na liderança e a classificação para a fase seguinte está garantida desde a 17ª rodada. Mas por melhor que venha sendo o desempenho do time comandado pelo técnico Zé Teodoro, o sorriso largo dos torcedores alvirrubros tem uma boa dose de sarcasmo.
Assistir ao desespero de Santa Cruz e Sport lá de cima é o outro prazer que o torcedor do clube vem saboreando bastante. Principalmente quando a vitima é áqüea que já foi o rei da selva. O site oficial do Náutico (www.nauticonews.com.br) não perdoou, por exemplo, o período em que o Sport passou na zona de rebaixamento para a Terceirona. O Leão foi atingido por piadinhas por todos os lados. Como a que trazia um anúncio de automóvel com a chamada: “Eca Sport 2005. Único com rebaixamento de série”.
Motivos para gozações não faltaram. Desde o desmanche após a boa campanha na Segundona do ano passado, o Sport não teve o que comemorar. Tanto que não foram apenas os adversários que usaram a internet para expor o vexame do time. O site do Sportnet (www.sportnet.com.br) chegou a lançar uma campanha que prometia brindes aos internautas que fotografassem os jogadores nas baladas.
Coincidência ou não, rodadas depois, mais especificamente na 13ª, o Leão conseguia sair do buraco e deixava para trás a famigerada zona de rebaixamento, puxado pelo técnico Heriberto da Cunha, o terceiro na competição.
Piadinhas novamente, só quando, em plena ascensão, o Sport encarou o Santa, em pleno Dia dos Pais: “Leão é batido por Bala”, apelido de Carlinhos, autor do gol da vitória dos tricolores. O inverso também foi verdadeiro. Se o
torcedor do oscilante Santa Cruz achava que a vitória no clássico serviria para o time engrenar, enganou-se. Depois de um começo arrasador, onde liderou a competição por quatro rodadas, a Cobra Coral não fez mais que rastejar Ra entre os oito primeiros, ora no bloco intermediário.
Na reta final da primeira fase, o Leão e a Cobra Coral lutam pela sobrevivência na selva da série B, acompanhados lá de cima do morro por um Timbu que pode virar uma hiena de tanto rir.
CARLOS LOPES
REVISTA PLACAR – SETEMBRO 2004