A Copa começa dia 12 de junho e a torcida brasileira já sabe de cor os nomes de todos os convocados de Felipão. Mas não estranhe, se por acaso, em algum jogo da Seleção, alguém gritar por Alvinho, Suel ou até mesmo pelo Pi. Não reconheceu? Os apelidos de infância dos jogadores podem até confundir, mas, para as famílias e amigos, eles são mais comuns que os próprios nomes. O Esporte Espetacular descobriu alguns.
Alvinho, Jô para os menos íntimos, atacante do Atlético-MG e da Seleção, explica que seu apelido veio do sobrenome.
– João Alvinho, ficou Alvinho. Qualquer pessoa que gritar Alvinho, já vou saber que é de infância – diz o atacante atleticano.
Na matemática, o Pi serve para descobrir a razão entre o perímetro de um círculo e seu diâmetro. Nos gramados, o Pi é responsável por desarmar os adversários no meio de campo e sair a bola com qualidade. O irmão de Hernanes explica que o apelido diferente foi ideia do pai.
– Meu pai começou a chamar ele de Pixoxinho, aí foi diminuindo e ficou só Pi – explica Alisson, irmão do volante pernambucano.
O apelido Suel não é difícil descobrir. Maxwell teve o nome dividido em dois e com isso ganhou dois apelidos diferentes.
– Em Vila Velha, minha cidade lá no Espírito Santo, todo mundo me chama de Suel, diferentemente do mundo do futebol, onde todo mundo me chama de Max – conta o lateral da Seleção.
Às vezes, a origem dos nomes é mais inusitada do que qualquer apelido. Esse foi o caso de Willian e Bernard. O pai de Willian quis homenagear a Fórmula 1 no nome do filho, mais precisamente, uma equipe, a Williams, do brasileiro Felipe Massa.
– É Willian por causa da equipe Williams – diz Severino, pai do jogador.
Já Bernard carrega no nome a lembrança do saque “Jornada nas Estrelas”, eternizado nas mãos de Bernard, medalhista de prata em 1984 com o vôlei masculino. O atleta fala como quem decorou a origem do nome.
– O nome é do Jornada nas Estrelas, é por causa do Bernard do vôlei – explica Bernard.
E tem jogador que ganhou o nome por causa do apelido. Fred ficou os primeiros dias de vida sem nome definido e bastou essa brecha para que o tio Paulo começasse a brincar e a chamar o sobrinho de Fred Flintstone, personagem de um desenho animado. O apelido pegou e o pai resolveu dar o nome do filho de Frederico.
– Ele falava “ô Fred!” (imitando Barney, amigo de Flinstone no desenho), e eu começava a me mexer – diz Fred.
Desde os três anos de idade, Hulk é Hulk. Para amigos, familiares e agora, torcedores.
– Ficou esse nome, Hulk pegou mesmo – diz o pai do atacante.
A Seleção começa pelo nome de um imperador romano, Júlio César. Tem o Guga, como Luiz Gustavo é chamado em Pindamonhangaba, São Paulo. Tem também Maicon, inspirado no ator Michael Douglas.
Com seus vários nomes e apelidos, eles vão representar o Brasil na Copa, um Mundial em casa, onde todos estão bem à vontade, e onde não há motivos para formalidades, como os nomes de batismo. Os apelidos estão liberados na seleção brasileira, ou melhor, na seleção canarinho.