Nove meses depois de ser contratado pelo Barcelona, em maio do ano passado, Neymar se tornou a contratação mais cara da história do futebol. Ao pagar nesta segunda-feira à receita espanhola mais € 13,5 milhões (R$ 43,4 milhões), em correção preventiva ao valor do craque, o clube catalão elevou o preço do camisa 11 de € 86,2 milhões (R$ 276,6 milhões) para € 99,7 milhões (R$ 320 milhões) – acima dos € 94 milhões (R$ 301,7 milhões) pagos pelo Real Madrid por Cristiano Ronaldo, em 2009.
Quando Neymar assinou seu contrato, o Barça anunciou que seu custo foi de € 57,1 milhões (R$ 183,2 milhões), o que fazia do brasileiro o 10º mais caro da história, pouco atrás de Fernando Torres. Quando se tornou pública a denúncia de que o clube estaria omitindo valores, a diretoria blaugrana revelou que, somados outros itens – como bônus por assinatura, direitos de marketing e acordo de prioridade por promessas santistas -, o preço do jogador alcançava € 86,2 milhões (R$ 276,6 milhões).
Apesar da revelação da diretoria e da renúncia do ex-presidente Sandro Rosell, investigado pela Justiça espanhola pelo caso, o clube foi indiciado pela suspeita de fraude fiscal. Caso seja considerado culpado, o Barcelona pode receber multa entre € 5,5 milhões (R$ 17,6 milhões) e € 54,6 milhões (R$ 175,2 milhões). Então, para tentar fugir de uma punição severa, o clube fez o pagamento desta segunda-feira – embora tenha negado cometer crime.
– (O Barcelona deseja) rechaçar que o clube tenha cometido um delito fiscal em relação ao cumprimento das obrigações derivadas da contratação do jogador. O clube esteve assessorado em todos os momentos, e o auditor do clube esteve sempre informado e teve acesso a toda a documentação da contratação – afirma o comunicado do Barça, que diz que o clube pretende seguir contribuindo para as investigações.
Apesar do valor pago pelo Barça ser de € 13,5 milhões, o Ministério Público acredita que cerca de € 9,1 milhões (R$ 30,1 milhões) foram fraudados na contratação de Neymar, tirando como base o total de € 37,9 milhões (R$ 125,4 milhões) pagos pelo jogador – o adiantamento de € 10 milhões (R$ 33,1 milhões) em 2011 e o restante, € 27,9 milhões (R$ 92,3 milhões), no ano passado. Como trata-se de um possível crime de pessoa jurídica, a princípio, ninguém tem o risco de ser preso – o clube, entretanto, pode levar uma alta multa.