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O futebol tem as suas peças, artimanhas e surpresas. Mas também vive de lógica. Nada mais justo do que o time que liderou a primeira fase, chegou à final com a melhor campanha e apresentou uma superioridade impressionante na etapa inicial da grande decisão saísse do Beira-Rio campeão gaúcho, neste domingo.
Foi assim com o Inter, no Gre-Nal 406, da ratificação das inovações, como a torcida mista e o Caminho do Gol, mas também da confirmação do que se tornou uma tradição: o Rio Grande do Sul ser pintado de vermelho. O Colorado venceu o Grêmio por 2 a 1 e comemora o pentacampeonato, o 44º no total.
DESTAQUESHOW DE NILMAR E VALDÍVIASaíram dos pés dos melhores em campo os gols que fizeram justiça a um primeiro tempo de rotundo massacre do Inter. Em menos de 20 minutos, estava 2 a 0, obras de Nilmar, que até então não havia anotado no Gauchão, e Valdívia. Desorganizado, envolvido, quase humilhado, o Grêmio se organizou com a saída de Fellipe Bastos, que falhara no segundo gol, e a entrada de Walace. Diminuiu com Giuliano, mas não conseguiu empatar em 2 a 2 e ser favorecido pelo saldo qualificado, após empate sem gols na Arena, no primeiro duelo.
DESTAQUESEGUNDO TEMPO MORNONa volta do intervalo, os times praticamente não tiveram chances de gol. Yuri Mamute e Lisandro López entraram, mas pouco fizeram. Faltou para o Grêmio mais qualidade. O que sobrara ao Inter nos primeiros 20 minutos. Tempo suficiente para fazer do penta realidade. No final, Rhodolfo, que poderia levantar a taça pelo lado tricolor foi expulso por falta em Sasha. Nada mais simbólico. Ninguém mais poderia erguer o troféu do que o Inter na tarde deste domingo.DESTAQUEINTER E AGUIRRE FAZEM HISTÓRIAO Beira-Rio reformado viu a sua primeira taça ficar com o Inter, que não era penta do Gauchão desde 1973, ou seja, há 42 anos. Diego Aguirre faz a sua história particular, ao ser o primeiro treinador estrangeiro do clube a levantar um troféu desde 1950 – e o quarto no geral, sendo o 13º comandante gringo do Colorado. Agora, tudo é Libertadores, com o início das oitavas, contra o Atlético-MG, na próxima quarta-feira, em Belo Horizonte.DESTAQUENEM FELIPÃO SALVA JEJUMAo Grêmio, que colocava o Gauchão como Copa do Mundo, ficam a decepção e o jejum – o último título fora em 2010. Nem o estilo copeiro de Felipão surtiu efeito. Scolari jamais havia perdido uma final para o Inter. Mas o futebol, desta vez, não deu espaço para o passado. Prevaleceu a lógica do presente.DESTAQUETORCIDA MISTAReinava expectativa sobre o comportamento da torcida mista, na primeira grande decisão e após duas edições com pleno sucesso em dois 0 a 0. Desta vez, com três gols e um campeão declarado, a paz novamente prevaleceu no espaço em comum com mil gremistas e mil colorados. Um exemplo para todo o Brasil.