Um homem-bomba no Afeganistão matou pelo menos 50 pessoas neste domingo numa decisão de um torneio de vôlei no distrito de Yahyakhail, no leste do país, após detonar um colete que vestia com explosivos. As primeiras informações davam conta de que 45 pessoas tinham morrido, mas o número subiu para 50, de acordo com dados oficiais, informou a agência de notícias AFP.
O homem estava no meio da torcida, e há suspeita de ataque talibã. Segundo o porta-voz da província de Paktia, Mukhles Afghan, ao menos outras 50 pessoas ficaram feriadas no ataque. A maior parte das vítimas era civis.
– Havia muitas pessoas reunidas no local para assistir ao jogo. Dezenas de outras pessoas estão feridas, e temos relatos de que muitas delas estão em estado crítico. Precisamos de ajuda urgente do governo porque podemos precisar transferir os feridos para Cabul (capital do país) – disse Mukhles Afghan.
O ataque acontece no mesmo dia em que o parlamento do Afeganistão decidiu por 152 votos a 5 a permissão para que as forças da Otan permanecessem no país após o fim do ano.
De acordo com o vice-governador da província de Paktika, Attaullah Fazli, em entrevista à AFP, “o suicida estava numa moto. Muitas pessoas, incluindo alguns funcionários do governo local e o chefe de polícia, estavam lá. Cerca de 50 pessoas foram mortas e 60 ficaram feridas, muitas delas em estado grave”.
Paktika, na fronteira entre as regiões tribais de Waziristão do Norte e Bannu, é um dos lugares mais perigosos no Afeganistão, muito utilizado como um refúgio de grupos islâmicos.
Histórico de ataques no esporte na região
O voleibol é um esporte popular no Afeganistão e no vizinho Paquistão, no entanto, enquanto o país foi governado pelo Talibã entre 1996 e 2001, o governo desencorajava a participação das pessoas em eventos esportivos, além da própria prática. Em janeiro deste ano, cinco jogadores de vôlei do país foram mortos por homens armados enquanto jogavam. O Talibã negou a autoria do ataque.
No Paquistão, um ataque suicida em um jogo de vôlei em 2010 resultou em 97 mortes e 40 feridos. O ataque, numa aldeia chamada Shah Hassan Khel, ocorreu em suposta vingança pela aldeia ter retirado apoio ao Talibã alguns meses antes.