Daniel Alves entrou em um pequeno incidente diplomático. Ao manifestar seu apoio à causa dos armênios, acabou atraindo a ira dos turcos. Tudo por conta de uma foto postada nas redes sociais, em que segurava um cartaz pedindo aos turcos que reconhecessem como genocídio os massacres ocorridos a partir de 1915 que deixaram cerca de 1,5 milhão de mortos. Diante da repercussão negativa, o jeito foi mandar uma mensagem pelo Twitter aos turcos que se sentiram ofendidos.
– Gostaria de pedir um milhão de desculpas a todos os meus fãs turcos. Eu jamais pensei que a foto faria mal. Eu tenho muitos amigos e não sabia que a foto causaria dano. Sempre zelei pela paz, pela melhor atmosfera e nunca quis fazer mal às pessoas que aprecio – escreveu, em nova postagem na rede social.
Ao tomar partido em uma polêmica que divide dois países mesmo um século após o massacre, Daniel Alves atraiu para si a ira de torcedores turcos, ao mesmo tempo em que a Embaixada da Armênia agradeceu ao jogador, segundo o jornal espanhol “Mundo Deportivo”. O lateral brasileiro, aliás, não foi o primeiro a causar revolta entre os turcos por se posicionar na briga – antes, até o Papa Francisco se manifestou a favor dos armênios.
Visões distintas
O chamado genocídio armênio, ocorrido entre 1915 e 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, é reconhecido por cerca de 20 países, incluindo Argentina, Uruguai, França, Suíça, Rússia e o Parlamento Europeu. Os armênios afirmam que até 1,5 milhão de pessoas foram mortas entre 1915 e 1917 nos massacres realizados pelo Império Otomano, precursor do atual Estado turco, durante a Primeira Guerra Mundial.
Mas a Turquia insiste que não houve um plano de extermínio da população armênia e que se tratou de um conflito civil, no qual morreram entre 300 mil e 500 mil armênios, mas que houve a mesma quantidade de vítimas turcas.