Vários clássicos Atlético x Cruzeiro foram marcados 43 foram marcantes nos 40 anos de história do Mineirão. Um deles registra o maio público pagante do local, recorde que jamais será quebrado, pois, por motivo de segurança, a capacidade fo drasticamente reduzida, de 130 mil para pouco mais de 70 mil pessoas. Em 4 de maio de 1969, um domingo, 123.351 torcedores pagaram para assistir à vitória celeste por 1 a 0, gol de Natal, que só depois do jogo foi avisado do nascimento de seu primeiro filho.
As duas equipes faziam excelente campanha no Campeonato Mineiro. Em 12 partidas , cada uma contabilizava 11 triunfos. O cruzeiro era líder invicto, o Atlético havia sofrido uma derrota. Desde que se iniciara a venda antecipada, três dias antes, a procura pelos ingressos fora grande. Os torcedores nem se importaram co o oportunismo dos dirigentes, que, para aproveitar o bom momento, aumentaram o preço do bilhete de arquibancada, sob a alegação de que as despesas haviam subido muito e a participação dos clubes nas rendas, diminuído, nos três anos anteriores.
Como de costume na época, na manhã de domingo,a cidade vivia integralmente o clima do clássico. Ônibus especiais para o Mineirão começaram a circular às 10h, e 2,5 mil pessoas policiais foram mobilizados, a partir das 9 horas, para a partida. Os portões do estádio foram abertos às 12 horas, três horas e meia antes do clássicos. A preliminar, entre Sete de Setembro e Vila do Carmo, certamente não contribuiu em nada para a grande presença de público. Para facilitar a chegada e a saída do torcedor, foi adotado o conhecido ´´plano A“, muito comum naqueles anos, que consistia em transformar em mão única as pistas da avenida Antônio Carlos, principal acesso, antes e depois do jogo.
O público de 123.351 pagantes, além de o maior do futebol mineiro, foi o recorde nacional em jogos estaduais, até então. E muitos torcedores ainda ficaram do lado de fora, sem poder acompanhar o belo duelo proporcionado pelas duas equipes. O público presente foi de 129.296 pessoas.
Coincidentemente, Natal,autor do gol , se torna pai naquele dia: Natal Júnior nascera de madrugada, mas o ponta-direita cruzeirense só soube depois da vitória.´´Houve uma falta no meio campo, e o Zé Carlos tocou para mim. Vi que o Mussula (goleiro alvinegro) estava mal colocado e arrisquei o chute para o gol. Deu certo“, recorda Natal, que aos 59 anos, administrava um restaurante em Itabira e defende o time de masters do Valério. ´´Aquela vitória foi importante para conquistarmos o pentacampeonato.“